sábado, 4 de junho de 2011

UMA AULA NO SÁBADO




É inevitável ter que postar, mesmo depois de uma semana de ter visto um filme chocante!
No início da aula, em uma de suas melhores performances como professora, Fabi pede que avaliemos questões sociais e psicológicas diante do filme exposto.
Logo, me contive, pois diante da vulnerabilidade que minha vida pessoal me colocou, não teria força para assisti-lo.
No final do filme, mto colegas aos prantos, olharam-se e perguntaram, "não chorou Adri?" e eu me perguntei "estou tão fria assim?"... NÃO... respondi "vi o filme como uma profissional!"
...
A caminho de casa, os turbilhões de pensamentos se enfatizavam como um vulcão em erupção, e seria impossível não expressá-lo em algum lugar...
É logico que ao decorrer do filme, logo de início assumimos a posição de preconceituosos a chamar Ana de egoísta quando se nega doar o rim para Kate. 
No entanto, quando assistimos o final do filme, concluímos de forma distinta da iniciada. 
Durante os 90 minutos os sentimentos exasperam-se, exacerbam-se... Parece redundante enfatizar desta forma, mas não foi só eu que senti isso, acho que todos os colegas ali presente!
...
À caminho de casa, ainda na BR, o primeiro sentimento que se tem é:

'passo a vida muito mais pensando num futuro que eu nem sei se vai existir do que de fato aproveitando o presente, que nao seria esse nome, se não o fosse realmente!!!'
Esse foi o primeiro sentimento que tive, qdo vi a forma histérica que a mãe de Kate ficou quando o pai e os irmãos a levaram na praia.
Em seguida, pensei:

'a que ponto esta mulher chegou pra salvar sua pequena! Em nenhum momento planejou Ana, com o sentimento de mãe, pensando e sonhando com a maternidade, não! Planejou Ana, com o único intuito de salvar Kate, um bebe de proveta, para doar órgãos à kate, uma menina com Leucemia.'
É obvio que se formos pensar como mãe, faríamos de tudo para salvar nosso filho, daríamos nossa vida por eles! E isso nem se discute!
Mas, pensando bem, Ana era um 'ser humano' com deveres e direitos, escolhas...
Kate tbm! E diante da situação que sua mãe lhe colocora, não lhe deixava escolhas!
A mãe durante anos renunciou a propria vida, seus sonhos, o casamento, problemas familiares se tornou alheia, viveu em função de Kate, e jamais aceitou a morte!
E pensei 'a morte é pra tds, terei de saber lidar com ela, com frieza, com clareza, com entendimento do que é pra ser, com a responsabilidade do que é pra fazer... Preciso entender isso!!! A morte é unica coisa que sempre existiu e a única certeza que todos têm!'
Mas, tenho certeza que não só a mim, a atitude de Ana, corajosa e confiante, me chocou! Como foi habilidosa e sensível ao entender a vontade de Kate, a se impor diante de seus pais, a buscar seus direitos.
Quem de nós é assim?

Quanto de nós, adultos e independentes muitas das vezes recuamos e desestimos de lutar por aquilo que é nosso! Quantos de nós nem sequer corremos atrás do que de fato é nosso, como direito, como dever!
Ana, foi um exemplo!

Kate ainda mais! Qdo ao deixar seu album de fotografias, expressava, sinceramente como as pessoas passaram por sua vida e o significado de cada um ao passar por ela!
Enfim, termino minha fala, refletindo sobre a narração final de Ana, 'quando diz que gostaria muito que sua irmã tivesse se tornado um marco, um nome lembrado, uma homenagem... Mas não.
A vida seguiria, tds voltariam ao trabalho ao curso natural da vida.
Aos que tem vida, continua naturalmente, e não adianta se lamentar.
O importante é saber que os que morrem, passam por alguém e deixam marcas importantes de ensinamento.
...
Parece curioso, o quanto um filme, reflete um zoom de 100 vezes em nossa vida, nos fazendo refletir sobre a valorização irrisória que damos ao que deveria ser colocado em primeiro em nossa vida!
E sobre a importância que colocamos em problemáticas que devem ser esquecidas, e deixar que o próprio TEMPO OS CURE!!!

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